O número de consumidores inadimplentes subiu 4,43% em julho, em comparação com o mesmo mês do ano passado, informaram a Confederação Nacional de Dirigentes Lojstas (CNDL) e o SPC Brasil nesta terça-feira (12).
Segundo o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, os juros altos e a inflação prejudicam a capacidade do consumidor de quitar suas dívidas.
“O consumidor brasileiro sente dificuldades de pagar os parcelamentos do passado por conta das altas taxas de juros, que encarecem as parcelas, e por causa do atual cenário dos preços, que diminui o poder de compra do salário dos trabalhadores”, avaliou.
A CNDL e o SPC Brasil também informaram que o número de dívidas em atraso teve uma alta de 5,29% em julho deste ano – o maior avanço registrado desde o início de 2013.
A análise por setores, ainda de acordo com as entidades, mostrou que o maior avanço no aumento da inadimplência em julho foi causado pelos atrasos em contas de água, luz, esgoto e gás, com alta de 14,55%.
“O resultado é reflexo da disposição crescente destas concessionárias em negativar os consumidores inadimplentes. Elas estão incomodadas com o tamanho da inadimplência. É uma forma de receber mais rápido as dívidas”, disse Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil. Esses débitos, segundo o SPC Brasil, porém, tendem a ser pagos em até 30 dias após o atraso para evitar a suspensão do serviço.
Em segundo lugar, de acordo com números da CNDL e o SPC Brasil, destaca-se o crescimento de 8,63% das dívidas com telefonia, TV a cabo e internet.
Ainda que o crescimento das dívidas do setor de contas de água e luz, esgoto e gás seja o principal destaque do mês de julho, seguidos por telefonia, TV a cabo e internet, a CNDL e o SPC Brasil informaram que o segmento de bancos e seguradoras, e planos de saúde, é o principal credor no total de dívidas em atraso (cerca de 45% do total).
Na avaliação da economista, a alta do percentual de dívidas em atraso em julho tambérm reflete “muito provavelmente” os parcelamentos atrasados de compras de Natal e Dia das Mães neste ano, que, aliadas a um “mal planejamento financeiro”, resultaram em inadimplência dos consumidores.
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Fonte: G1