O presidente do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac/AC, Leandro Domingos, participou na manhã desta segunda-feira, 8, da estreia do novo noticiário da Rádio Gazeta 93,3 FM, o Jornal Gazeta 93. Na ocasião, ele falou sobre a conjuntura econômica e de saúde pública de 2020 e, também, das perspectivas para 2021.
Domingos relembrou que o coronavírus trouxe perdas do lado humano e empresarial, evidenciado que muitas empresas perderam o capital e tiveram de encerrar seus negócios. O presidente enfatizou, no entanto, que alguns empreendimentos tiveram ganhos, como os que comercializaram alimentos, medicamentos e materiais hospitalares.
“Apesar da gravidade da situação em todos seus aspectos, ao final de 2020, os indicadores econômicos mostraram resultados satisfatórios, como início da recuperação no nível de emprego, estabilidade no comércio varejista, dentre outros. Porém isto só foi possível face os programas sociais e empresariais implementados pelo Governo Federal, que aportou recursos para as pessoas desassistidas e que perderam empregos, chamadas de ‘em estado de vulnerabilidade social’. Isto fez girar o varejo, notadamente de bens de consumo”, explicou Leandro.
Ainda segundo Domingos, do lado empresarial, o Governo Federal aportou recursos no sistema bancário para financiar as empresas, com juros baixos, além de permitir a suspensão do contrato de trabalho assumindo parte do pagamento do empregado. “Também fez parte a suspensão temporária do pagamento de alguns tributos federais e obrigações acessórias”, disse, enfatizando que, para 2021, apesar da esperança por parte dos empresários, a situação não parece promissora. “O coronavirus recrudesce e ataca com suas variantes, colocando em pânico a população e as autoridades. Não vemos perspectivas de vacinação em massa, já que a produção de vacina é demandada pelo mundo inteiro. Há escassez do produto. Não podemos pensar em atividade econômica plena enquanto o povo não estiver imunizado”, explicou.
Domingos reiterou ainda que o empresariado sempre estará à mercê do fechamento das empresas como medidas preventivas da contaminação pela Covid-19. “Em contraponto ao fechamento de empresas, os governos federal, estadual e municipal deveriam ampliar sua rede de atendimento aos pacientes da Covid, instalando mais leitos, UTIs e contratando mais profissionais. Poderia, inclusive, negociar com o CRM [Conselho Regional de Medicina] para contratação temporária dos médicos formados no exterior e que ainda não tem registro no CRM; bastando colocar estes profissionais para atuarem nos casos de menor complexidade”.
Pelo lado empresarial, Leandro diz que os empresários compreendem que o Governo Federal não suporte mais gastos. “[O governo federal] está com uma dívida imensa e que deverá, futuramente, ser paga por toda a sociedade brasileira. Não vislumbramos apoios como acontecera em 2020; aqui no Acre, iniciamos o ano já com percalços. O Sistema Público de Saúde está prestes a entrar em colapso, dado o avanço do coronavirus. Já não há leitos suficientes para atender o grande número de pacientes infectados e isso obrigou o Governo do Estado a decretar estado de emergência, com a determinação do fechamento de empresas que comercializam produtos não essenciais”.
A decisão, que entrou em vigor na segunda-feira, 1, tem causado insatisfações por parte dos empresários do comércio de bens, serviços e turismo. “Sabemos que a doença mata e mata muito, mas a fome e a depressão também matam. A pandemia do coronavirus tem mostrado que fechar empresas não resolve o problema, nem ameniza. O problema não está nas empresas, e esta pandemia vai durar muito tempo, vamos quebrar as empresas ou vamos buscar uma forma de compatibilizar a pandemia e a atividade econômica?”, finalizou.