A Fecomércio/AC, a Federação da Indústria do Estado do Acre (Fieac), a Federação da Agricultura do Estado do Acre (Faeac), a Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Acre (Federacre) a Associação Comercial, Industrial, Serviços e Agricultura do Acre (Acisa), a Associação Acreana de Supermercados (Asas), a Associação dos Distribuidores e Atacadistas do Acre (Adacre) e o Sindicato das Empresas de Logística e Transporte de Cargas do Estado do Acre (Setacre) enviaram na semana passada um documento à bancada federal do Acre propondo uma agenda de trabalho, diante do momento delicado em que se encontra toda economia acriana, com o isolamento do Acre por via terrestre do restante do país em razão da cheia do Rio Madeira.
O objetivo, de acordo com as entidades, é de contribuir para a construção de condições favoráveis para solução do grave problema enfrentado pelo povo acreano, com possíveis desdobramentos incalculáveis.
“A maioria das empresas estão com dificuldades para honrar seus compromissos, notadamente pela redução (queda) no faturamento, a necessidade de pagamento das mercadorias faturadas e não recebidas (retidas em trânsito), pagamento dos compromissos já assumidos com os fornecedores, tributos federais, estaduais e municipais, a continuidade no pagamento dos colaboradores (diretos e indiretos), abalo financeiro sofrido no período em questão ou ainda pela possibilidade de negativação nos órgãos de proteção de crédito e restrição na obtenção da captação de recursos nas instituições financeiras”, aponta o presidente da Fecomércio/AC, Leandro Domingos como as principais dificuldades enfrentadas pelo empresariado local.
A agenda de trabalho é composta por seis sugestões primordiais. De acordo com as entidades, as sugestões são para o bom funcionamento e sobrevivência do comércio. A primeira da lista é a recomendação de suspensão de toda e qualquer fiscalização punitiva dos órgãos fiscalizadores (Ministério Público Federal, Ministério Público do Trabalho, Ministério do Trabalho, Receita Federal do Brasil, Agência Nacional do Petróleo, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Suframa, entre outros órgãos).
“Em momento algum somos contra qualquer tipo de fiscalização, mas, na situação atual, precisamos de fiscalizações educativas”, salienta Domingos.
Outra sugestão é a implantação de um programa de refinanciamento de dívidas junto à Secretaria da Receita Federal do Brasil, Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e demais órgãos ligados ao governo federal, além do imediato planejamento e programa de recuperação da BR-364, pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT), a fim de evitar por mais tempo a interrupção da estrada, mesmo no período pós-alagamentos, já que a grande possibilidade de rompimento da estrada em vários trechos.
“A sugestão de ampliação dos voos da FAB com destaque para o transporte de outros alimentos, além de hortifruti e trigo, assim como a ampliação dos números de voos saindo do estado do Acre para outras regiões, haja vista ser esse o púnico meio de transporte existente no momento, e a redução do custo das passagens, que ao longo desse tempo têm apresentado valores cada vez mais altos”, afirma Domingos.
Também é reivindicada a intermediação com as instituições financeiras, com o intuito de viabilizar linhas de crédito (empréstimo), bem como prorrogação dos vencimentos dos empréstimos já existentes, na tentativa de minimizar os impactos causados pelo momento vivido pelas empresas. As entidades destacam que não haja os rigores normais, ou seja, linha de crédito diferenciada e emergencial.