Com o objetivo de analisar aspectos de relevância para a economia do mercado domestico acriano para o ano de 2015, a Fecomércio através do Instituto de Pesquisas do Acre – Ifepac – realizou pesquisa no mês de dezembro, com 250 empresários. Dentre as variáveis selecionadas para análise, os juros são preocupação para 58% dos empresários. Outros 29% classificam a decisão sobre a recente elevação como um fator de piora para o mercado, assim como de imprudência das autoridades monetárias do país.
Como parte do ajuste fiscal, o governo estuda trabalhar a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira – CPMF, fato que se consumado, retira um montante aproximado de R$ 80 bilhões da economia de mercado. A opinião 28% dos empresários do comércio local e de que a medida será desastrada. 24% acreditam que contribuirá para uma política fiscal equivocada.
Segundo os economistas o ano de 2015 será de inflação ainda alta, mas com crescimento baixo, haja vista que existe a previsão de novos aumentos da taxa Selic no primeiro trimestre do ano, período em que a inflação deve está superando 7%. Considerando os cenários desenhados para 2015, quase a metade dos empresários do comércio acriano (48%) não demonstra otimismo com a política do governo de combater a inflação simplesmente aumentando juros sistematicamente, até porque essa prática tende a estimular a entrada de capital especulativo na economia e a desestimular o setor produtivo, haja vista que ao tempo em que o crédito fica mais caro para o consumidor, também fica mais oneroso para as atividades do setor que precisa de dinheiro para investir em seus projetos.
Acreditando que as políticas fiscais do governo sempre exigem mais sacrifícios do setor produtivo e por consequência do mercado de consumo, 63% dos empresários do comércio do Acre não confiam nas políticas anunciadas para o novo governo. Que já sinaliza aperto fiscal no próximo ano, o que certamente contribuirá para a economia menos aquecida.
A projeção para a cotação do dólar ao final de 2014 é de R$ 2,60, porém 43% dos empresários do comércio acreditam que alguns disparos registrados nos últimos dias podem redundar em cotação maior ao encerramento do ano.
O Produto Interno Bruto – PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o crescimento da economia. Segundo dados recentes do Banco Central a estimativa para o PIB deste ano teve a quarta queda consecutiva, fato que contribuiu para 74% dos empresários do comércio do Acre a não considerar como positiva a influência do crescimento da economia para o PIB brasileiro. Deve-se ressaltar que no fim de outubro, o IBGE informou que a economia brasileira saiu por pouco da recessão técnica no terceiro trimestre de 2014 – quando o PIB cresceu 0,1% frente ao trimestre anterior. De janeiro a setembro, a economia teve expansão de 0,2% frente ao mesmo período do ano passado. Já no acumulado em quatro trimestres até setembro, a alta foi de 0,7%.
Considerando os cenários de incertezas para a economia o que invariavelmente aumenta o risco de crédito, 46% dos empresários do comércio local acreditam que os bancos devem trabalhar com mais rigor e restrição, de forma a reduzir os níveis de inadimplência futura. Desta forma, a estratégia deve ser de concentrar os novos financiamentos em modalidade operacional de menor risco a exemplo dos créditos consignado e o imobiliário.
O recente aumento dos juros pelo Banco Central e a perspectiva de outros aumentos no primeiro trimestre de 2015 na tentativa de combater a inflação, pode complicar ainda mais o panorama de endividamento do consumidor, uma vez que este terá mais dificuldades para as compras do dia a dia. Com base nessa premissa, 49% dos empresários do comércio acriano acreditam em aumento do endividamento do consumidor acriano.
O resultado ruim da economia decorre principalmente do excesso de intervenção do governo na economia notadamente com políticas e medidas de rumos opostos, gerando assim falta de confiança por parte dos agentes produtivos. Desta forma o desejo expresso por 35% dos empresários do Acre é que em 2015 o governo diminua sua participação na economia, permitindo assim que o mercado trabalhe de forma mais independente.